quarta-feira, 25 de janeiro de 2012

Música para passarinho ouvir.

sábado, 21 de janeiro de 2012

" Esse Firmino sabe das coisas, viu! "

Sabe Firmino, eu continuo achando que a vida deveria me dar umas ferias, viver cansa, sabia? Sem falar, Firmino, que o mais cansativo dessa jornada é conviver com essas pessoas peçonhentas. Poxa vida, elas nunca ‘tão’ satisfeitas, ‘tão’ sempre tentando te mudar, te fazer uma criatura perfeita pra elas, não pelo meu próprio bem, mas pelo bem delas. Qualé Firmino, vai dizer que ‘ocê’ nunca quis que a vida fosse ‘igualin’ aqueles aparelhos que tem na casa do pessoal da capital? Aqueles lá que ‘ocê’ aperta o ‘pausi’ e para tudo, e quando ‘ocê’ já estiver descansado, aperta o ‘pray’ e continua de onde parou. Num seria uma belezura, Firmino? Aah, sabe o que eu acho que resolveria essa minha canseira? Pegar meu mochilão, colocar meus trecos dentro e cair na estrada! Não me pergunte pra onde eu iria, Firmino. Eu só queria ir pra um lugar onde ninguém me conhecesse e eu não conhecesse ninguém, porque aí eu iria poder me reinventar e me renovar. Depois que eu descansasse o meu corpo e essa minha alma, depois que eu arejasse a massa cinzenta, tirasse a poeira dos olhos, a fumaça dos pulmões e recarregasse as minhas baterias, aí sim eu voltava pro meu canto, pra minha gente. Daí eu acho que poderia ser mais feliz e fazer os outros mais felizes também. Oxee, ‘ocê’ ‘tá’ rindo do quê Firmino? Aha, achou a ideia boa, não é? Aposto que quando ‘ocê’ chegar em casa vai correr pra arrumar o seu mochilão também, eu sei. ‘Ocê’ é um cabra muito do esperto, Firmino. Mas agora voltando ao meu problema, pra onde eu poderia fugir Firmino? Japão, Paris, Tailândia, Moscou? Aah sim! Boa, Firmino, boa! Pois então Firmino, me vê uns biscoitos de milho desses aí e uma garrafa de suco de Caju e embala pra viagem, que essa noite mesmo eu vou me embora pra Pasárgada! Ô Firmino, ‘brigada’ viu, ‘ocê’ sempre sabe o que dizer.

- Caliane Melo.

quinta-feira, 19 de janeiro de 2012

sexta-feira, 13 de janeiro de 2012

Primeira aula de vôo

     Nós dois estávamos sentados na calçada da minha casa, de vez em vez passava alguns garotinhos correndo atrás de pipas e algumas senhoras com sacolas cheias de produtos que o locutor do super mercado anunciava em promoção, permanecemos ali sem que nenhuma dessas pessoas notassem a nossa presença naquele fim de tarde. Ele continuava a escutar em silencio o que eu dizia, como se ele estivesse absorvendo cada palavra minha, processando sílaba por sílaba. Eu não tinha um ponto de fuga para olhar, tentava olhar nos olhos dele, mas estes estavam focados na formiga que subia pelo cadarço desamarrado do All Star. Foi assim durante uns quinze minutos até que o nó da garganta impediu a saída da minha voz. Ficamos alguns minutos sem que nenhum dos dois dissesse uma única palavra, até que ele se levantou, posou a mão no meu cabelo, como se quisesse mostrar que entendia perfeitamente o que eu sentia. Olhou dentro dos meus olhos úmidos e sorriu, como se tivesse a mais absoluta certeza que eu iria ficar bem e que logo logo eu estaria sorrindo novamente. E então com toda a doçura deste mundo, ou talvez, com uma doçura que não pertence a esse mundo, ele disse “ Não se esqueça que é na queda que se aprende a voar ”, e dos meus cabelos deslisou a palma da mão suavemente pelo contorno do meu rosto encharcado pelas lagrimas e foi embora, sem me abraçar ou me oferecer qualquer tipo de consolo, como se ele soubesse que um simples aconchego soltaria todas as lagrimas que até então estavam empoçadas nos meus olhos e libertaria os soluços que estavam amarrados, enlaçados ao nó da minha garganta. Foi então que eu percebi que ele já havia estado ali, no mesmo buraco negro que eu me encontrava.
     Passei o resto da noite pensando naquelas poucas palavras que ele me disse e depois de muito tempo, compreendi o que de fato elas significavam e que elas eram a chave pra me libertar das correntes pesadas prendidas aos meus calcanhares. Percebi então, que me apoiar ou me segurar no que me parecia firme, não me daria sustento para a vida toda, logo eu perderia as forças e seria arrastada por aquele furacão e cairia de cabeça naquele abismo. O que eu deveria fazer era me desprender de tudo, me jogar e bater as asas até levantar vôo. Aprendida a primeira lição eu teria que estar consciente que a cada próxima queda, o penhasco seria ainda maior e exigiria de mim mais coragem, mais bater de asas e seria assim até o dia que em meu mundo não exista mais abismos e assim finalmente eu poderei planar pelo céu sem medo de cair, assistindo o mundo lá de cima, junto com os pássaros.

- Caliane Melo.

terça-feira, 10 de janeiro de 2012

E para enfrentar esse friozinho, eu sugiro uma xícara de café quente para esquentar o corpo e essa música para esquentar o coração!

segunda-feira, 9 de janeiro de 2012


Minhas piadas, meu jeito de falar, até meu jeito de dançar ou de andar. Tudo é você. Minha personalidade é você. Quando eu berro Strokes no carro ou quando eu faço uma amiga feliz com alguma ironia barata. Tudo é você. Quando eu coloco um brinco pequeno ao invés de um grande. Ou quando eu fico em casa feliz com as minhas coisinhas. Tudo é você. Eu sou mais você do que fui qualquer homem que passou pela minha vida. E eu sempre amei infinitamente mais a sua companhia do que qualquer companhia do mundo, mesmo eu nunca tendo demonstrado isso. E, ainda assim, nunca, nunquinha, eu escrevi sequer uma palavra sobre você.

 (Tati Bernadi)

quarta-feira, 4 de janeiro de 2012

" Por mais que a gente cresça, há sempre alguma coisa que a gente não consegue entender. "

     Os anos se passaram, tanta coisa mudou, se transformou e eu ainda continuo sendo a mesma garotinha teimosa e sonhadora de tempos atrás. Os sonhos mudaram, os planos evoluíram e a imaginação tornou-se ainda mais infinita. Ainda gosto de andar descalça por aí, o meu cheiro preferido ainda é o de terra molhada e comer jabuticabas direto do pé ainda é a melhor coisa do mundo. E os meus medos? Aah, esses ainda são os mesmos. Continuo sentindo medo do escuro, mas agora o medo é do escuro da alma das pessoas e ainda,  acredite se quiser, tenho medo de crescer. Crescer e esquecer a minha alma de criança trancada em uma gaveta empoeirada e cheias teias de aranhas. Apenas uma coisa mudou pra valer. Antes quando eu caía e ralava os joelhos, passava  Merthiolate e pronto! Agora, quando caio quebro a cara, o coração e todo o corpo sente e para esse tipo de dor, não existe remédio que seja capaz de curar.
                                                                                                     
- Caliane Melo.

segunda-feira, 2 de janeiro de 2012

O que acontece depois que se conhece o lado escuro e sombrio da alma? Trancar-se dentro de si mesmo é assumir o risco de ficar preso para sempre, de se afogar nas águas frias e se perder nas cavernas onde ninguém jamais ousou se aventurar a descobrir. "Quem vai me puxar para fora e mostrar que ainda existe luz, que ainda existe vida na superfície? Quem vai se arriscar, derrubando os portões de aço da minha alma, vasculhando cada centímetro obscuro para me encontrar e dizer que tudo ficará bem e que o sol me espera do outro lado? Quem poderá me salvar da insanidade de ser eu mesma?" - E pela décima quarta vez naquela semana, ninguém a respondeu. O único som que ela ainda conseguia ouvir, era o eco da própria voz.
                                                                                                                           - Caliane Melo.

domingo, 1 de janeiro de 2012

" Um par de asas por favor ".

     Aah! Quem me dera ser um passarinho. Poder voar nesse céu de primavera e saber cantar bonito. Já pensou? Acordar de manhazinha com toda a disposição do mundo. Sair por aí cantando suave na janela dos meus amores fazendo com que eles comecem o dia com um sorriso no rosto. Ai ai... passar o resto do dia voando e planando nessa imensidão azul, o vento batendo nos cabelos, digo, nas penas e com o canto infinitamente doce na ponta do bico, adoçar até mesmo os ouvidos mais duros. Seria formidável demais para a minha mente humana imaginar.
     É uma pena, pena mesmo. Olha só para mim! Grande demais para me pendurar nas janelas, afinada de menos para encantar ouvidos e muito pesada para flutuar entre as nuvens.
     Se bem que, seres humanos são quase pássaros. Pássaros que ainda não aprenderam a desenvolver suas asas e levantar vôo. Pássaros que mesmo sem a bela cantoria conseguem adoçar manhãs com sorrisos. Pássaros que mesmo sem saber, têm o céu inteiro nas mãos, nas asas.

  Muito prazer, Bem-ti-vi.
                                                                                                                   - Caliane Melo.

A gente escreve o que sente, do jeito que sente.

   Caro futuro leitor, antes de mais nada, quero que fique claro que eu não sou nem escritora nem poeta, não tive a sorte grande de nascer com esse dom. Sou só uma pessoa comum que tem a disposição uma caneta Bic, um caderno velho, um pouco de sensibilidade nas mãos, muita imaginação na cachola e um calorzinho palpitante no lado esquerdo do peito.
   Eu sei que isso não importa muito, mas eu tive três motivos para criar esse blog: A insistência de meus grandes amigos, a necessidade de esvaziar a mente, organizar as ideias e manter a ordem aqui dentro e a insatisfação em ter que deixar os meus textos escondidos, guardados só pra mim. Acho uma crueldade ver os meus escritos numa estante pegando poeira, envelhecendo dentro de uma livro qualquer ou trancafiado no fundo de uma gaveta cheirando a naftalina. Então pensei: “ Por que não libertar-los dessas gaiolas? “. E cá estou eu, me transformando em versos e me aventurando nesse mundo onde as palavras são nossa identidade.

   Sejamos todos muito bem vindos!
                                                                                                                           - Caliane Melo.