quinta-feira, 3 de maio de 2012

Seja do jeito que for e se for, me leva.

                                                           Dezessete de janeiro de 1896.   

      Juro que não queria que fosse embora, meu amor. Que fostes embora do meu colo, que foste pra longe de mim, pra longe de nós. Leve-me contigo! Eu não sou tão trabalhosa quanto dizem por aí, não ocupo muito espaço e não custo quase nada. Na verdade eu saio bem em conta. Poderia ir toda a viagem em silencio no meu cantinho que poderia ser dentro de uma caixinha de fosforo, entre as suas camisas na mala ou no seu abraço. E se me permites dizer, no seu abraço seria o lugar perfeito. Leve-me e eu te ajudarei a realizar os teus sonhos que o levam a ir embora daqui e ficarei feliz com isso, já que não abriria mão dos meus, pois todos estes se resumem em ti. E mesmo que ainda assim, queiras ir só, nada tenho a fazer, a não ser te pedir que volte logo, um logo bem curto e que quando voltares não se vá outra vez, se possível querido, volte e fique para sempre. Ora pois, eu ainda acredito que o “para sempre” ainda existe, e se a caso não existir, nós o reinventaremos.
     Não pedirei que prometas voltar. Quero que voltes por querer, por amar. Não deixes que eu me acostume com a tua ausência. Não me faças viver sem os teus olhos sobre os meus, teu abraço no meu abraço. Não deixes que eu apenas exista, volte para sermos vida juntos.
      Lembre-se meu bem, “eu” é só um pronome, “você” é apenas uma palavra, mas “nós” é poesia, a mais linda e a mais completa de todas.
      Um beijo de sua Dama de Copas. 

      - Caliane Melo.

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